sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Suicídio, uma reflexão sobre este tema



 *Por Mário S. Spinola Jr.





Certo dia fomos pegos de surpresa com a notícia de que o filho de uma professora, nossa colega de trabalho havia cometido suicídio. Rapaz jovem, belo  e saudável acabou tirando sua vida e nos deixando perplexos e cheios de interrogação.

Diante deste fato, resolvi fazer uma pequena pesquisa relacionada ao assunto. Buscando a tentava de entender como filósofos, religiosos e até mesmo pessoas comuns imaginam o que levaria uma pessoa a dar fim a sua própria vida.



Definição

Dentre as definições de suicídio, resolvi escolher a seguinte: _ Cometer um ato que assiste em por fim intencionalmente à própria vida.

São muitos os motivos  que pode levar o indivíduo a por fim a sua própria vida, entre elas estão os fatores psicológicos e sociais.



A Visão dos Filósofos

a)      Para alguns filósofos o suicídio é uma prática condenável  por considerarem que dar fim a sua própria vida não é um direito humano. Enquanto que outros além de considera esta prática

aceitável,  chega a julgá-lo como um ato nobre.



b)    Na visão do Cristianismo, o ato de dar fim a própria vida  é pecado e suicidar é negativo dentro da visão daqueles que seguem a referida religião que fora influenciada pelo ocidente religioso. “ Dentro da filosofia judaico-cristã tradicional, qualquer tipo  de assassinato é absolutamente condenável e, portanto, matar-se também é”.Revista Filosofia,  Ciência e Vida)Na concepção desta corrente, tirar a vida é infringir o quinto mandamento “não matarás”.

c)     Os filósofos Santo Agostinho (354 – 430) e São Tomás de Aquino (1225 – 1274) condenavam o suicídio em seus textos. E John Lacke (1632 – 1704) dizia que Deus nos dá a liberdade pessoal, exceto a liberdade para nos matarmos.



Defensores do suicídio

Michel de Montaigne, escritor francês (1533 – 1592), defende o suicídio em seus ensaios. Ele argumenta que não vale a pena prolongar ao mal. Sendo que, ter uma vida sofrida, cheia de problemas, e que espalha a infelicidade aos outros merece o suicídio. Sendo este uma maneira de evitar passar o mal aos outros.

Os utilitaristas (é a variedade mais conhecida do consequencialismo.. Eles não admitem a necessidade  de princípios morais.  Eles acreditam que a visão correta é ser feliz). Acham que não existe nenhum erro em tirar a própria vida, uma vez que cada um tem o direito de autonomia sobre sua própria vida. Dentre os seguidores desta corrente, uma linha mais leve afirma que o suicídio só seria condenável se causar sofrimento aos que ficam.

Na cultura dos samurais, o suicídio era uma forma honrosa de punir-se por alguma falha e assim defender a honra da família (retirado da Revista Filosofia, Ciência e & Vida – pág. 11 – Ano IV – n. 39)

A frase acima é do existencialista  e escritor Albert Camus (1913 – 1960). Ele considerava o suicídio uma grande questão filosófica de nosso tempo.

São vários os filósofos, intelectuais, atores, atrizes e políticos que não conseguiram enfrentar suas dúvidas e conflitos e tiraram suas próprias vidas.



Filósofos:

a)     Filósofos: Xenócrates (406 a.C. – 314 a.C.) Era seguidor  de Platão, suicidou-se aos 86 anos, procurando manter coerentes as suas idéias no livro Tratado de Morte de sua própria autoria.

b)    Walter Benjamim (1892 – 19400 Filósofo e ensaísta alemão de ascendência israelita, suicidou-se ingerindo morfina.



c)     Gilles Deleuze (1925 – 1995) Filósofo francês. Após vários sofrimentos de origem respiratórios, aos 70 anos, atirou-se pela janela do seu apartamento em Paris.

Políticos, atores e atrizes

a)     Getúlio Vargas, Adolfo  Hitler (1889 – 1945), Cleópatra e seu marido Marco Antônio. Os artistas:  Marilyn Monroe, Jimi Hendrix (supostamente ) , Vincent Van Gogh.

b)     Na literatura:  Virginia Woolf dentre outros.



Alguns Suicidas famosos








Pensamentos sobre o tema:



"Não é que o Suicido seja sempre uma loucura. (...) mas, em geral, não é num acesso de razão que nos matamos" (Voltaire)



"A idéia do suicídio é um consolo poderoso: Com ela se consegue superar bem muita noite ruim" ( Nietzsche, 2008, p. 104)



Considerações:

             Mesmo  os adeptos do Cristianismo e alguns filósofos sendo contrário ao  suicídio.  Enquanto, alguns filósofos defendiam o ato de tirar a própria vida como defesa da honra e alívio do sofrimento. 

        Mesmo quando vários filósofos, artistas e políticos  chegaram ao suicídio. Algumas   coisas ninguém pode negar. Sendo elas, a dor, o vazio e o sofrimento de parentes e amigos que ficam. Uma dor insuportável, inconsolável e irreparável.
            A gente fica tentando entender o motivo. Dá uma vontade de “ se possível entrar na mente” daqueles que resolvem dar cabo de sua própria existência. No entanto, nada disso adianta. Sendo impossível, mesmo ainda quando esta pessoa vivia. É certo que  nem mesmo o tempo pode responder a tal interrogação.
            Na verdade, a dor da perda, seja ela por suicídio, acidente ou mesmo morte natural acaba sendo mascarada com o passar do tempo. Porém esquecida jamais.


Nota: Usado como base a revista Filosofia, Ciências & Vida - Ano IV - N.39.


*Mário Souza Spinola Jr. É Licenciado em Pedagogia, Ciências Naturais e Matemática/Química pela UFM. Especialista em Psicopedagogia Clínica e Educacional pela AVEC. Professor na Rede Pública Estadual.

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